18 de julho de 2012

êxito


Olho para o teto, martelos e pregos na mente, um barulho capaz de acordar a Bela Adormecida sem um beijo.
O que é necessário para atingir a felicidade plena? Penso ter chegado a uma resposta, mordo o lábio, de leve, como quem faz charme.
Êxito, essa é a resposta. Você não é feliz com o trabalho, mas sim com o êxito no trabalho, você não é feliz simplesmente com o amor, mas com o êxito no amor e assim por diante, qualquer que seja a sua situação.
Parei de simplesmente procurar e guardar as coisas, juntar uma caixa de brinquedos quebrados não leva a lugar nenhum, vou escolher um só, colocá-lo na estante, tratá-lo e admirá-lo ao som de clássicos do rock.

13 de julho de 2012

amor adocicado


Receber uma cartinha de amor era uma das coisas mais fantásticas que podiam ocorrer para uma criança durante a minha infância, isso deve ter mudado hoje, mas naquela época era mágico.
Lembro até hoje do dia em que recebi uma, comigo tudo acontece estranhamente fora do comum, não foi diferente com esse momento mágico da cartinha. Abri a mochila e minha nossa tem um papel dobrado com um coração, acelerei os batimentos e fiquei corado.
Procurei imediatamente a identificação da remetente, escritora, amante ou simplesmente o nome da colega de classe, foi aí que o encanto começou a se quebrar. A carta estava escrita em uma folha de caderno, até aí tudo normal, mas era da Moranguinho, até aí tudo normal também, mas tinha cheiro de morango! Comecei a ficar sem ar, com bolhas na pele, calma gente, não era antraz, passei mal, aquele cheiro impregnou nas minhas narinas.
Minutos depois eu estava ainda recuperando a cor e o ar. Até hoje lembro claramente do dia que recebi essa cartinha e do cheiro horrível da Moranguinho, mas não me lembro da remetente que tentou me conquistar com um antraz adocicado de amor.

4 de julho de 2012

retorno

Achei que a onda nunca ia parar, levava da areia da praia os brinquedos das crianças, sem se preocupar com as lágrimas salgadas. Mas parou, os brinquedos não voltaram, essa é a realidade, mas as crianças nunca mais deixaram eles muito próximos da margem.
Agora começou um vento, não tão forte, meus demônios internos sempre me geram uma paranóia, a ameaça katrina está até hoje presente na minha memória. Não foi pelo estrago, foi pela surpresa, brisa leve, paz, vum, splash, destruição. Arrebatador do início ao fim, assim defino o meu, o seu, o nosso dilacerante amor.