25 de outubro de 2011

as razões

Ela disse: Nunca te amei.
Ele disse: Sempre te amei.
Ela disse: Por quê? Você sempre soube que eu não te amava.
Ele disse: Porque você nunca soube que me amava.

20 de outubro de 2011

páginas


Foi como ler um livro, aprendi a amá-la, virar suas páginas, marcá-la para não me perder na metade. De início já não conseguia mais tirar o próximo capítulo do meu pensamento, cheguei à metade e os personagens, que antes eram anônimos, subiram à tona, como se fosse um levante armado tomaram o poder de mim, se apoderaram de você.
Só eles estrelavam a trama, você foi domada pelos seus cérebros vazios e músculos inchados de anabolizantes, não contra vontade, nem um par óculos me ajudaria a enxergar melhor a situação, foi você quem preferiu atuar lá no fundo do palco, chegando próximo do fim a leitura uma sensação, daquelas repulsivas misturadas com choro preso, se apoderava de mim, abandonei as páginas, não sem antes virar mais uma e marcá-la.
A contracapa, essa foi a página que eu marquei, sim o livro havia acabado eu não notei que estava chegando ao fim, a história não tinha acabado, foi uma surpresa, surpresas são inesperadas, não sei se os dois escritores abandonaram a obra, acho até que resolveram escrever outras duas, desta vez separados, o certo é que o livro que vos relato talvez seja um daqueles que quando não tem um final nos deixam criar um que nos pareça menos doloroso ao coração.
Na edição publicada no do dia 20 de outubro nenhuma correção foi realizada, talvez haja uma republicação, só o tempo irá dizer, por enquanto esse leitor imaginou um final que dói, mas que pelo menos encerra uma história de desordem silenciosa.

11 de outubro de 2011

fascínio


É quase impossível definir o exato frame da vida onde pesos diferentes gozam de um equilíbrio que gera uma união ardente entre consciência e instinto. Um conjunto de características positivas vai jogando carvão na fogueira, queimando algo que não existe, tornando o abstrato uma brasa, brasa que pode ferir, se não for manejada com a destreza de um cirurgião.
Ora nem todos possuímos tal atributo médico para cultivarmos a brasa acesa e inofensiva ao coração, muitas vezes nos queimamos, muitas vezes a acendemos com um descuido do nosso bloqueio natural contra amores e a pequena chama simbólica transforma-se em um incêndio interior sem proporções, para que haja fogo tem de haver um elemento que gera a combustão, ele existe, você não sabia que era dotado do mesmo, mas ele estava lá desde o início.
            A brasa dos seus olhos é capaz de queimar qualquer olhar, hipnose, como uma iara você me atrai, como pólos magnéticos similares você me repele, por que faz isso? Seu olhar me puxa, seu coração me sopra, sua boca me chama, seu corpo não me pertence, ele é propriedade privada, que até em meus sonhos me privo de explorar.
            É um crime não olhar, ao olhar visualizo uma face que mistura simpatia e maré calma, cadê as ondas? Estou pronto pra surfar.