22 de novembro de 2011

medalha de bronze


Corpos, massas, vidas rastejam pelas avenidas públicas com um objetivo privado, estou observando, não caracteriza invasão de privacidade, apenas estou relatando a vocês o que vejo, não procuro ver, apenas estou vendo.

Paro na janela e eles estão lá, formigas vistas de cima, mas já ao primeiro olhar percebo, não são do mesmo formigueiro. Dóceis como formigas passageiras, depredam o significado de vida como formigas vermelhas, não vivem, retiram um pedaço daqui, um dali, um de lá, por fim só sobra um filete de nada que cai por terra.

Não travamos lutas estúpidas, não fazemos o privado em público, somo inteligentes, achamos que somos o que não somos, somos governados, somos o que achamos que não somos, somos livres, nunca fomos presos, ostentamos colares de ouro, ossos estão off há várias temporadas.
Não conseguimos apenas imaginando tentar, lutamos por aquilo que não tem como perder, apenas para achar que alguma vez vencemos, somos 'medalha de bronze entre duas equipes'.

14 de novembro de 2011

o jogo


Vai começar o jogo, já começou, você tem que escolher jogar sozinho ou acompanhada, mas vamos pular essa parte porque a gente nunca consegue escolher certo. O início de cada fase eu nunca sei como vai ser, acordo e quando me dou conta ela já começou, começa sem cor, sem som, sem gosto, essa é a pior parte, o gosto é neutro, a gente finge que não liga e acaba acreditando, quanta estupidez, nem doce nem salgado, ácido talvez, mas de tanto que já o senti não consigo mais percebê-lo, torna-se neutro, já corroeu meus sensores.
Os sensores só servem para uma coisa mesmo: arrependimento.
Estou no meio da fase agora, você não deu pause aqui, saiu pra almoçar e me largou atirado sobre o sofá marrom, você vai voltar eu sei, eu estarei aqui, no sofá marrom, mas pode ser que a energia acabe e você não tenha salvo todo esse nosso progresso, desastres naturais, de percurso, é assim que nós chamamos,  você que manda, você que joga, você ainda tem sensores, como eu disse sensores só servem para uma coisa mesmo: arrependimento.
Nem sei porque estou a escrever este texto, a energia aqui já acabou, salvei o progresso, fique tranquila, não sei como, mas o arquivo está corrompido, quem sabe mudamos de personagem e iniciamos outro jogo, um jogo simples, sem jogos.