19 de dezembro de 2011

eu nunca quis moscas


Coloquei algo para tampar a ferida que cicatrizou sem deixar marcas, ninguém mais vê aquele buraco cheio de sangue com moscas ao redor, loucas para depositarem ovos e transformarem aquela ferida em uma podridão potencialmente produtora de desilusões que continuarão a lhe atormentar para o resto do todo e sempre. Caso você não refazer o caminho e descobrir onde que pegou a direção errada, agüente o infinito.
Andar de camiseta com mangas curtas para mim é difícil, vocês não enxergam, mas eu sei que um dia existiu uma ferida lá, já se foi, não na minha mente, optei por refazer o caminho, refiz, agora só necessito vestir uma camiseta de mangas compridas, vocês notam que eu estou com a nova vestimenta e me parabenizam, mas vocês não sabem que por debaixo dela existe um espaço que um dia queimou, produziu larvas nojentas.
Você pode imaginar como fica um pedaço de bife, quando exposto por uma semana a um ambiente cheio de moscas, o meu bife, minha carne, meu ser, ficou exposto por anos, imaginem.
A única coisa que eu imaginei que produziria era você, eu nunca quis moscas.